A aτπo representada transcorre num espaτo interior. O protagonista Θ um sßbio que viu interrompido seu trabalho, por causa da irrupτπo de um disco sobrenatural. No centro do aparelho aparece o anagrama de Cristo. O resto nπo foi decifrado atΘ agora. Encerraria o saber ·nico e extraordinßrio que se atribuφa a certos conjuros pertencentes α alquimia e α astrologia.
Uma caveira se situa α altura da cabeτa do homem. Livros, manuscritos e uma esfera armilar sπo os elementos que informam sobre a personalidade erudita do indivφduo, que se deixa absorver pelo fen⌠meno maravilhosos que transcorre a sua frente.
A tradiτπo considera que a imagem corresponde α figura de Fausto. A lenda teria construφdo uma imagem mφtica deste personagem. MΘdico e erudito, sua ambiτπo desmedida conduziu-o a vender sua alma ao diabo. Em troca, este lhe proporcionaria sabedoria e juventude eterna.
╔ no sΘculo XVIII quando lhe atribuem esta significaτπo α polΩmica estampa. Esta denominaτπo foi reforτada com a versπo que dela se introduziu na primeira ediτπo do Fausto de Goethe, realizada em 1790.
AN┴LISE T╔CNICA E ESTIL═STICA
A obra grßfica do Rembrandt maduro caracteriza-se pela freqⁿente combinaτπo da ßgua-forte, pela ponta seca e pelo buril. A utilizaτπo simultΓnea destas trΩs tΘcnicas lhe permitia conseguir um efeito plßstico cada vez mais pr≤ximo α qualidade pict≤rica.
A composiτπo mostra vßrios focos de atenτπo visual. Estes se disp⌡em em ritmo de zig-zag, muito pr≤prio da estΘtica barroca. Em primeiro termo, destaca-se a esfera armilar. O artista continua deslocando o interesse para a cabeτa do sßbio, tratada com uma luz similar α que recebe o n·cleo da obra: o disco.
A sensaτπo de profundidade Θ conseguida mediante o contraste claro-escuro que se produz entre o escuro do fundo e a iluminaτπo do primeiro plano. O olhar do homem e os raios que emanam do cφrculo descrevem uma diagonal que acentua a sensaτπo de espaτo. A definiτπo dos objetos se realiza a base de vibrantes retas paralelas. A variaτπo de direτ⌡es que experimentam serve para distinguir umas superfφcies de outras, desterrando assim um sombreado uniforme. O resultado final Θ magnφfico.
INTERPRETA╟├O
Esta ßgua-forte foi objeto de especial atenτπo por parte da historiografia artφstica. A discussπo que suscitou no seu momento girava em torno do conte·do da obra, que, desde o sΘculo XVIII, foi identificado como Fausto. Mas o certo Θ que nπo se tem conhecimento documental de que o mesmo autor a tivesse denominado assim. A relaτπo de estampas do marchande de Jonghe recolhe a existΩncia de uma gravura denominada "o que pratica a alquimia". O professor Rosemberg identificou aquela obra com esta imagem.
Em pleno sΘculo XVII, a alquimia era associada a outras prßticas relacionadas com o saber. Astrologia, filosofia, medicina e cabalφstica podiam praticar-se simultaneamente por indivφduos dotados de uma especial preparaτπo intelectual. Especulou-se muito sobre um hipotΘtico conhecimento da alquimia por parte do pintor. De qualquer forma, a ciΩncia e a pseudociΩncia se conjugam nesta cena. A sabedoria e a erudiτπo se misturam na estampa com a nota religiosa que sup⌡e a incorporaτπo do anagrama de Cristo. A espiritualidade da representaτπo vem dada pela inclusπo deste elemento.
